Opinião

Dicas de leitura

Janeiro 26, 2021
dicas de leitura

O vírus obriga-nos, uma vez mais, a fecharmo-nos em casa e por isso mesmo voltamos, à semelhança do primeiro confinamento (ver post aqui), a partilhar algumas dicas de leitura para que possam passar melhor o tempo.

Sou um Crime, de Trevor Noah

Conhecido por ser humorista e apresentador do Daily Show, Trevor Noah assume-se como fruto de um crime, por ser filho de mãe negra e pai branco. Nascido em pleno Apartheid, na África do Sul, a sua história é particularmente interessante e contada neste livro que se ‘devora’ em três tempos, porque – apesar das atrocidades – Noah mistura os factos com o seu sentido de humor implacável, aligeirando o peso daquilo que estamos a absorver.

Neste livro percebemos também que a mãe de Trevor Noah, como aliás já partilhou em espectáculos de stand-up comedy, é uma mulher destemida, rebelde, exigente e que, por isso, é homenageada nesta obra do filho, que a admira pela força e perseverança em tempos tão duros e cruéis.

Se se interessam por livros que retratam pedaços de história através de um testemunho real, este é uma excelente opção!

Sputnik, Meu Amor, de Haruki Murakami

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Para quem conhece Murakami sabe que é diferente de todos os outros autores e este livro não foge a esse registo tão pessoal. Neste livro somos de imediato transportados para a vida peculiar de Sumire pela visão do narrador, um jovem professor primário que vive apaixonado por ela, sem ser minimamente correspondido. Por sua vez, Sumire apaixona-se por uma mulher enigmática, casada e 16 anos mais velha, de seu nome Miu. Neste ponto está formado o ‘triângulo amoroso’ de toda a história.

A páginas tantas, em plena viagem pela Europa com Miu, Sumire desaparece misteriosamente e é aqui que a vida dos que ficam altera-se para sempre. Como todas obras que li do autor, ‘Sputnik, Meu Amor’ é facilmente ‘devorável’, com uma escrita fluida e uma linguagem extremamente acessível.

A Festa do Chibo, de Mario Vargas Llosa

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Nesta obra literária de Llosa viajamos até à República Dominicana dos tempos do ditador Rafael Trujillo. Estamos em 1961, vive-se um ambiente de opressão, medo e terror, regido pelo “generalíssimo”, “chefe” ou “benfeitor”, nomes pelos quais Trujillo era conhecido.

A escrita é particularmente desafiante e cativa desde início. Seguimos uma narrativa que decorre em duas linhas temporais: a do passado, com a imagem da crueldade e do terror, onde se ‘cozinha’ uma revolução e se dá lugar ao lento processo de democratização do país; a do presente, onde a já adulta Urania regressa à ilha para presenciar o fim de vida do seu pai, ele próprio um fiel servidor de Trujillo.

Um livro excelente que faz um retrato de um país mergulhado na ditadura e que nos mostra os tempos duros e cruéis até se alcançar a tão desejada democracia.

Quais são as tuas dicas de leitura para nós?

Estes são alguns dos livros favoritos da Eduarda. Gostávamos que também tu partilhasses as tuas dicas de leitura connosco! 🙂

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