Na serra da Lousã escondem-se as velhas aldeias que hoje são uma das maiores atracções da região. Graças à engenharia popular ganharam uma nova vida com o trabalho de um grupo de habitantes e os lugares com cheiro a lenha são hoje um belo convite à (re)descoberta.
O tempo, aqui, corre ao ritmo da Natureza. O calor, nesse fim-de-semana, era abrasador. Cingimo-nos, por isso, a duas aldeias: Candal e Cerdeira.
A melhor forma de conhecer é a pé, indo pelos percursos que ressuscitaram os antigos trilhos serranos. Há mais de 30 percursos pedestres que interligam as Aldeias do Xisto, mas os quase 40 graus às 11h da manhã aconselharam-nos a seguir de carro!
CANDAL
Aninhada na serra, à face da estrada nacional que liga Lousã a Castanheira de Pera, encontramos Candal, a aldeia que privilegia da proximidade à bacia hidrográfica da Ribeira de S. João.
Talvez pela sua fácil localização esta aldeia serrana é das mais visitadas e considerada uma das mais desenvolvidas. Talvez pelo calor que chamou muitas moscas ao local não ficámos com essa sensação, mas também foi um fim-de-semana atípico. Nesse mesmo dia deflagrou o trágico incêndio de Castanheira de Pera, estava realmente um calor indescritível.
Lá em baixo não deixem de visitar a Loja do Candal, que é gerida por um simpático grupo de artesãos locais. Além das peças de artesanato há iguarias serranas como enchidos, mel, queijos, doces, licores e tantas outras…
Quem sobe pelas ruas inclinadas é recompensado com uma vista maravilhosa sobre o vale. No miradouro respiramos fundo e sentimos a calmaria do local.
Há negócio à vista: se querem investir na calmaria fica aqui uma opção. 😉
A Ribeira do Candal ajuda a refrescar os que por ali passam e anseiam por um momento de descanso e frescura.
Seguimos caminho até à próxima aldeia, a que nos aguardava, bonita e serena!
CERDEIRA
A entrada faz-se por uma ponte e depois somos guiados através do chão de ardósia que nos leva ao aglomerado de casas.
Talvez por ter mais sombras, a Cerdeira pareceu-nos uma aldeia mais fresca e com mais gente a circular pelas ruas estreitas.
A Cerdeira acolhe residências artísticas internacionais, há workshops de formação e muita criação artística a surgir.
Além da riqueza natural e do silêncio, a Cerdeira oferece infra-estruturas como os alojamentos, os ateliers, a Biblioteca, o Café da Videira, o Forno comunitário, a Galeria e a Casa das Artes. Em Julho há ainda um festival que acolhe criadores contemporâneos que transformam a aldeia numa galeria de arte ao ar livre, havemos de lá voltar. É o Elementos à Solta – Art meets Nature, em que artistas e público estão em perfeita comunhão com a Natureza!
Portanto, entre o Candal e a Cerdeira a nossa preferência recai sobre a Cerdeira pelo seu cenário romântico e aspecto de aldeia mágica bem asseada, plantada num morro rochoso.
À entrada, junto ao parque de estacionamento, encontram uma capela fotogénica que só ela.
E uma careta que nos faz lembrar as tribos remotas… Mas não se assustem, a população nada tem a ver!
Biblioteca
Café da Videira
De volta à vila fomos visitar o Castelo da Lousã ou Castelo de Arouce. Foi uma das primeiras linhas defensivas criadas para controlar os acessos meridionais a Coimbra, no século XI.
E as Ermidas da Nossa Senhora da Piedade, um Santuário Mariano que fica no morro em frente ao Castelo de Arouce.
São três capelas, sendo que aa Capela de S. João é a mais antiga e de maior dimensão. A Capela de Nossa Senhora da Piedade, de paredes caiadas de branco, fica bem no alto do morro e é lá que está a imagem da Nossa Senhora da Piedade.
Portanto, se estão a pensar visitar algum local rico em envolvente natural e histórica considerem as Aldeias do Xisto.
A nossa sugestão de alojamento: Palácio da Lousã Boutique Hotel (podem ler aqui sobre o espaço).
1 Comentário
As aldeias do Xisto são realmente lindas! Tenho de ver se passamos por lá na próxima visita a Portugal!
Obrigada pelas ideias meninas 🙂
Beijinho,
Cátia
http://www.thepetitecat.com