O vírus obriga-nos, uma vez mais, a fecharmo-nos em casa e por isso mesmo voltamos, à semelhança do primeiro confinamento (ver post aqui), a partilhar algumas dicas de leitura para que possam passar melhor o tempo.
Sou um Crime, de Trevor Noah
Conhecido por ser humorista e apresentador do Daily Show, Trevor Noah assume-se como fruto de um crime, por ser filho de mãe negra e pai branco. Nascido em pleno Apartheid, na África do Sul, a sua história é particularmente interessante e contada neste livro que se ‘devora’ em três tempos, porque – apesar das atrocidades – Noah mistura os factos com o seu sentido de humor implacável, aligeirando o peso daquilo que estamos a absorver.
Neste livro percebemos também que a mãe de Trevor Noah, como aliás já partilhou em espectáculos de stand-up comedy, é uma mulher destemida, rebelde, exigente e que, por isso, é homenageada nesta obra do filho, que a admira pela força e perseverança em tempos tão duros e cruéis.
Se se interessam por livros que retratam pedaços de história através de um testemunho real, este é uma excelente opção!
Sputnik, Meu Amor, de Haruki Murakami
Para quem conhece Murakami sabe que é diferente de todos os outros autores e este livro não foge a esse registo tão pessoal. Neste livro somos de imediato transportados para a vida peculiar de Sumire pela visão do narrador, um jovem professor primário que vive apaixonado por ela, sem ser minimamente correspondido. Por sua vez, Sumire apaixona-se por uma mulher enigmática, casada e 16 anos mais velha, de seu nome Miu. Neste ponto está formado o ‘triângulo amoroso’ de toda a história.
A páginas tantas, em plena viagem pela Europa com Miu, Sumire desaparece misteriosamente e é aqui que a vida dos que ficam altera-se para sempre. Como todas obras que li do autor, ‘Sputnik, Meu Amor’ é facilmente ‘devorável’, com uma escrita fluida e uma linguagem extremamente acessível.
A Festa do Chibo, de Mario Vargas Llosa
Nesta obra literária de Llosa viajamos até à República Dominicana dos tempos do ditador Rafael Trujillo. Estamos em 1961, vive-se um ambiente de opressão, medo e terror, regido pelo “generalíssimo”, “chefe” ou “benfeitor”, nomes pelos quais Trujillo era conhecido.
A escrita é particularmente desafiante e cativa desde início. Seguimos uma narrativa que decorre em duas linhas temporais: a do passado, com a imagem da crueldade e do terror, onde se ‘cozinha’ uma revolução e se dá lugar ao lento processo de democratização do país; a do presente, onde a já adulta Urania regressa à ilha para presenciar o fim de vida do seu pai, ele próprio um fiel servidor de Trujillo.
Um livro excelente que faz um retrato de um país mergulhado na ditadura e que nos mostra os tempos duros e cruéis até se alcançar a tão desejada democracia.
Quais são as tuas dicas de leitura para nós?
Estes são alguns dos livros favoritos da Eduarda. Gostávamos que também tu partilhasses as tuas dicas de leitura connosco! 🙂
As máscaras sociais estão na ordem do dia e assim irão continuar, prevê-se, por muito tempo. Não sabemos até quando teremos que conviver com este novo Coronavírus e, por isso, há que nos adaptar à nova realidade. Existem diferentes tipos de máscaras: cirúrgicas, respiradores (FFP3 e FFP2) e as que estamos hoje a abordar, as sociais ou comunitárias.
Nunca é demais reforçar que as máscaras, sejas elas quais forem, funcionam em complemento das regras de distanciamento físico e lavagem das mãos. Como forma de alerta, relembramos que existem seis cuidados essenciais que, se seguidos à risca, reduzem (e muito!) a probabilidade de sermos contagiados:
Não mexer na máscara enquanto estamos a usá-la;
Colocar bem a máscara, tapando o nariz, a boca e o queixo;
Tirá-la sempre através dos elásticos ou dos atilhos;
Ter zonas limpas e zonas de possível contaminação em casa (nestas últimas é onde nos descalçamos e despimos quando chegamos da rua);
Tomar banho quando se chega a casa;
Lavar muito bem as mãos e a cara várias vezes ao longo do dia.
A partir de Fevereiro venderam-se tantos milhares de máscaras que o mercado começou a ressentir-se com tanta procura. Só em meados de Abril é que a oferta comercial recomeçou e agora não nos podemos queixar. As máscaras sociais (ou comunitárias) são uma medida adicional de protecção e podem ser feitas de tecidos variados. Devem ser utilizadas por todos em espaços interiores fechados, como lojas, supermercados, farmácias, etc. Nos transportes públicos, o uso é mesmo obrigatório.
Como escolher?
Recomendamos as máscaras aprovadas e certificadas pelo Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário (CITEVE), sendo que podem consultar aqui a lista de empresas que comercializam estas máscaras, sendo que umas são laváveis e reutilizáveis e outras são de uso único. O CITEVE é o único centro com protocolo com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed) e a Direção Geral da Saúde (DGS) para certificar a qualidade destes equipamentos de protecção individual.
Devem ter em atenção que existem muitas máscaras sociais colocadas à venda que podem não cumprir parâmetros fundamentais para que a protecção possa efectivamente acontecer, uma vez que não foram testadas. Para isso, foi criado um selo que permite ao consumidor obter a informação sobre a vida útil da máscara antes de a comprar. Devem optar por estas, sendo que a sua principal propriedade é a capacidade de proteger os utilizadores contra a saliva ou partículas de muco nasal contaminadas que saem do ambiente circundante, evitando, ao mesmo tempo, que o utilizador não contamine outras pessoas à sua volta se ele próprio estiver contaminado.
Segundo o CITEVE são vários os requisitos para a certificação das máscaras sociais reutilizáveis de nível 3, que são as direccionadas para a população em geral e com uma capacidade de retenção de partículas, no mínimo, de 70%. As máscaras profissionais de nível 1 e 2 têm uma capacidade de filtragem mínima de 90% e são destinadas a serem usadas por profissionais.
Vamos ser conscientes e cumpridores com o nosso papel na sociedade. Projetam-se e protejam quem está à vossa volta.
Como os tempos são de recato social e estar em casa é a ajuda mais preciosa que podemos dar a quem está na ‘frente de batalha’, decidimos reunir dicas de leitura, por acreditarmos ser uma atividade fundamental agora que tens mais tempo disponível.
1984, de George Orwell
Para quem aprecia um bom clássico, 1984 é uma obra respeitada que conquistou popularidade por abordar uma das grandes chagas contemporâneas, o totalitarismo.
“Era um dia claro e frio de Abril, nos relógios batiam as treze”, é assim que inicia o livro. A frase omite o ano, mas isso acaba por ser redundante, uma vez que ele dá o nome à obra. Escrito pelo jornalista britânico George Orwell e publicado em 1949, a obra nasceu destinada à polémica, talvez por descrever tão bem a tortura política e por incorporar em si uma completa transversalidade temporal.
Além de ser um clássico intemporal, podemos aproveitar o livro para fazer uma reflexão sobre os tempos que vivemos e sobre aquilo que poderá vir a acontecer, tendo em conta as tendências totalitárias das sociedades do século XXI. E, se pensarmos bem, a realidade que a obra nos apresenta não está assim tão distante. Temos o caso de Londres, que é uma das cidades com mais câmaras de vigilância nas ruas. Claro está que os efeitos vêem-se nos índices de criminalidade baixos, mas será que isto justifica o ataque à privacidade e a vigilância constante?
O Fio da Navalha, de William Somerset Maugham
Temos muitas obras literárias que se baseiam em histórias de ex-combatentes de guerra que regressam ao seu país, mas poucas se tornaram tão emblemáticas quanto esta.
O Fio da Navalha fala-nos do jovem americano Larry Darrell que volta aos EUA depois de ver o seu melhor amigo morrer nos campos de batalha da Primeira Guerra. Completamente diferente do Larry que foi, em pouco tempo decide deixar a vida burguesa de Chicago e viaja para Paris, em busca do seu sentido existencial. Entre cafés e livros, descobre o potencial de um mundo novo entre o Nepal e a Índia. E assim inicia uma viagem espiritual repleta de recomeços e descobertas.
Diz-me Quem Sou, de Julia Navarro
Diz-me Quem Sou é um daqueles livros com o enredo tão bem delineado que apetece ler sempre mais uma página. É um romance de época, que atravessa todo o século XX, com a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, no corpo de uma mulher que se torna espia. Amélia passa de menina frágil e sonhadora a mulher de causas, lutadora e sofrida.
A escrita fluída e envolvente traz-nos intriga, fanatismo de ideologias políticas, espionagem, amor, traição e atrocidades humanas: um breve retrato da história do século anterior. Não se deixem ‘assustar’ pelo tamanho do livro. Acreditem que é viciante e difícil vai ser parar de o ler.
Planisfério Pessoal faz-nos pensar sobre uma questão essencial: é possível viajar evitando o avião, em pleno século XXI? Sim, foi o que fez Gonçalo Cadilhe ao percorrer 4 continentes, 3 oceanos, 38 países e muitos milhares de quilómetros somados.
Já que viajar é uma das atividades que devemos evitar por estarmos no combate a esta Pandemia, Cadilhe tem o condão de nos transportar numa viagem à volta do mundo e ao coração das pessoas que nele habitam, através de textos despretensiosos dessa aventura emocionante.
O Jogo do Anjo, de Carlos Ruiz Zafón
Com uma narrativa hipnotizante, O Jogo do Anjo conta-nos a vida de um jovem escritor, perseguido por desgraças desde a infância, que recebe uma proposta inquietante de um misterioso editor para escrever um livro, em troca de uma fortuna.
Entretanto, o escritor descobre que na casa onde vivia alguém tinha experienciado uma história muito semelhante à sua, sendo que acabou por falecer envolto num grande mistério. Ao longo do livro, vai-se arrependendo do contracto que fez e tenta fugir do misterioso editor, a quem deu o nome de O Patrão. Tudo isto decorre na intensa Barcelona dos anos 20 e envolve-nos em páginas e páginas de intriga.
A Sombra do Vento é outra boa sugestão de leitura para quem gosta do estilo narrativo de Carlos Ruiz Zafón.
A Arte de Viver, de Thich Nhat Hanh
A Arte de Viver está aqui nas sugestões por ser um livro que nos ajuda a encontrar alguma paz e liberdade. Escrito por um dos maiores líderes espirituais e pioneiro do mindfulness, é uma obra essencialmente inspiradora que nos mostra a importância de olharmos para nós mesmos e desenvolvermos a compaixão. Dado o momento, parece-me bastante ajustado.
De forma muito breve, e esperando que vos capte a atenção, este livro dá-nos a conhecer 5 práticas de mindfulness, na esperança de que encontremos um novo significado de ‘existir’: a reverência pela vida; a consciência de que a felicidade depende da nossa atitude mental; a prática do amor verdadeiro; um discurso terno e uma escuta profunda; e um consumo consciente.
Mulherzinhas, de Louisa May Alcott
Arrisco-me a dizer que Mulherzinhas é um daqueles livros simples que todos devíamos ler, independentemente da faixa etária e do género. E porquê? Especialmente por estar repleto de significado e nos pôr a pensar sobre a nossa vida. A mim acaba por me deixar grata e lembra-me que não devemos reclamar do que temos, mas antes agradecer o que conquistámos.
Numa literatura ligeira, é-nos contada a história das irmãs March, quatro adolescentes que vivem com a mãe e uma criada, sendo que o pai partiu para a Guerra Civil Americana. Cada capítulo traz-nos peripécias das irmãs que não são perfeitas, mas que vêem na mãe um exemplo a copiar.
Cada uma é diferente das outras e cada uma tem os seus defeitos e virtudes. Temos uma Jo rebelde, muito ‘maria rapaz’, que sonha ser escritora e desafia a ideologia que circunscreve as mulheres ao lar. Depois temos uma Meg, cujo principal objetivo é ser bela, ter boas maneiras e casar. Amy, a mais nova das irmãs, tem um lado artístico e procura sempre a sua melhor versão. Beth é a que tem a personalidade mais doce e acanhada.
Tal como A Arte de Viver, considero esta obra literária bastante oportuna por ter uma Louisa May Alcott que nos estimula a focar no lado positivo das coisas e a fazer o nosso melhor para ultrapassar as adversidades. Este é o momento!
Quais são as tuas dicas de leitura para nós?
Estes são alguns dos livros favoritos da Eduarda. Gostávamos que também tu partilhasses as tuas dicas de leitura connosco!
Por aqui continuam os relatos do casal Sofia e Ivo (do blog World You Need is Love) que – corajosamente – partiram de Portugal para documentar as diferentes formas de celebrar o amor, ao longo de mais de 100 mil quilómetros à volta do mundo.
Juntos vão percorrer os continentes americano e asiático, participando em casamentos (mais ou menos) aleatórios, sempre com registo fotográfico já que Ivo é fotógrafo de profissão.
A primeira paragem conforme já aqui falámos foi Toronto, de onde Sofia é natural.
Ponto de situação feito, é tempo de ler mais sobre a cidade, pelas palavras do casal: Continuar a ler
Hoje começam os relatos, em primeira mão, do casal Sofia e Ivo (do blog World You Need is Love), que partiram a 9 de Julho, de Viana do Castelo, para descobrir as diferentes formas de se celebrar o amor por esse mundo fora… Apaixonados por viagens, namoram há três anos e foi precisamente há três anos que decidiram organizar esta viagem, juntos. A eles junta-se a cadela Duna e a primeira paragem foi Toronto (Canadá), de onde Sofia é natural. Já conseguiram comprar a carrinha na qual vão viajar e agora é sempre a andar!
Mais de 100 mil quilómetros serão percorridos durante um ano, com o objectivo de fotografarem casamentos para mostrar que o amor vive em todo o lado. A viagem vai ser totalmente financiada pelos dois, sendo que cada um contribui com cerca de 15 mil euros.
O percurso previsto? Depois da costa oeste dos EUA tencionam seguir para o México, Chile, Colômbia, Nicarágua e Panamá, sendo que terminam no Brasil, lá para final de Janeiro de 2018. Vêm a Portugal matar algumas saudades, durante uma semana, e voltam à viagem da vida deles. Voam para a Índia, voltam a comprar uma carrinha, e seguem para Nepal, Tibete, China e sudoeste asiático. Timor-Leste será o destino final.
Resumida a viagem, é hora de lhes dar voz pela primeira de muitas vezes aqui no Double Trouble: Continuar a ler
Escrever sobre esta obra da castelhana Julia Navarro é bastante redutor, são 1086 páginas difíceis de explicar dada a riqueza, a paixão e a diversidade que este livro encerra… Fica já aqui a nota! 😉
“Diz-me Quem Sou” conta a história de Amelia Garayoa. Jovem espanhola, convicta, que transpira determinação. Não se prende ao papel de esposa e mãe, em pleno século XX. Atravessa a guerra civil de Espanha até à queda do Muro de Berlim sem sequer ousar olhar para trás. Apaixona-se desmesuradamente, abandona a sua vida pelas convicções que tem, sacrifica-se e, no fim, resta-lhe um sentimento de arrependimento. Continuar a ler
Pediram-nos dicas sobre cabelos, cuidados a ter no Verão e não podíamos não aceder ao pedido! Portanto, cá estamos nós a falar sobre o assunto. Continuar a ler
Sem sofrer nenhum desgosto! 😉 Esta semana estamos numa de casamentos. Há noivas desse lado? Hoje trazemos os sítios mais belos para casar, juntamente com orçamentos estimativos para se orientarem. Continuar a ler
Lembram-se do relato de voluntariado no Senegal que aqui postamos há uns tempos? A nossa amiga Mónica, enfermeira no Reino Unido há mais de três anos, decidiu em 2015 ser voluntária no Senegal. Hoje trazemos mais uma história no âmbito desse projecto, contada na primeira pessoa. Continuar a ler
De forma a contextualizar-vos, este artigo vem no seguimento do anterior: Ser Voluntária no Senegal – O Projecto. Um testemunho de voluntariado no Senegal contado na primeira pessoa pela nossa amiga Mónica, enfermeira no Reino Unido há mais de três anos e que em 2015 decidiu ser voluntária noutro continente. Continuar a ler
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